O mercado de trabalho no Brasil continua refém da pandemia de Covid-19 e do desastroso governo Bolsonaro. Segundo o IBGE, entre o segundo e o terceiro trimestre de 2020, a taxa de desemprego saltou de 13,3% para 14,6% – a maior taxa da série histórica. São 14,1 milhões de trabalhadores sem ocupação nenhuma.
“Mais de 1,3 milhão de desempregados entraram na fila em busca de um trabalho no País”, disse o IBGE na sexta-feira (27), ao divulgar, no Rio de Janeiro, a PNAD Contínua Trimestral. Os novos dados se referem ao período de julho a setembro.
A taxa de desocupação cresceu em dez estados, sobretudo na Bahia (20,7%), Sergipe (20,3%) e Alagoas (20,0%). De acordo com o IBGE, os maiores crescimentos da taxa de desocupação foram registrados na Paraíba (4 pontos percentuais), Amapá (3,8 p.p.) e Pernambuco (3.8 p.p.).
Para Adriana Beringuy, analista da pesquisa, o aumento no desemprego reflete a flexibilização das medidas de isolamento social para controle da pandemia. “Em abril e maio, as medidas de distanciamento social ainda influenciavam a decisão das pessoas de não procurar trabalho. Com o relaxamento dessas medidas, começamos a perceber um maior contingente em busca de uma ocupação”, diz Adriana.
O contingente de ocupados caiu 1,1% na comparação com o segundo trimestre, somando 82,5 milhões de pessoas. É o menor patamar da
série histórica do IBGE, iniciada em 2012. A pesquisa apontou uma retração de 883 mil pessoas, o que resultou em um nível de ocupação de 47,1%, que também é o menor da série e significa recuo de 0,8 ponto percentual frente ao trimestre anterior (47,9%).
Conforme o IBGE, desde o trimestre encerrado em maio, o nível de ocupação está abaixo de 50%, “o que aponta que menos da metade da população em idade para trabalhar está ocupada no país”. Segundo Adriana Beringuy, todas as categorias perderam ocupação. Além disso, o número de pessoas com carteira assinada caiu 2,6% no terceiro trimestre na comparação com o anterior. A perda é de 788 mil postos, alcançando 29,4 milhões de empregados com carteira assinada no país.
A taxa de informalidade ficou em 38,4% no trimestre encerrado em setembro. O percentual equivale a 31,6 milhões de pessoas sem carteira assinada, que são empregados do setor privado ou trabalhadores domésticos, sem CNPJ (empregadores ou empregados por conta própria) ou trabalhadores sem remuneração. No trimestre anterior, o percentual era de 36,9%.
A população desalentada (5,9 milhões) é igualmente recorde da série, com alta de 3,2% (mais 183 mil pessoas) frente ao trimestre anterior e de 24,7% (mais 1,2 milhão de pessoas) ante o mesmo trimestre de 2019.
Fonte: Portal Vermelho