
O resultado negativo na indústria geral foi impulsionado principalmente pelo desempenho da indústria de Transformação (-1,0%), segmento que representa mais de 80% do setor industrial, e pela queda da indústria da Construção (-0,8%). Já os ramos da indústria extrativa e de produção e distribuição de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos registraram altas de 2,1% e 1,5%, respectivamente.
No primeiro trimestre, a Indústria de Transformação correspondeu a 14,4% do PIB (valor adicionado a preços básicos), enquanto a agropecuária, em seu conjunto, contribuiu com apenas 6,5% no mesmo indicador. Neste ano, como resultado de mais uma safra recorde, o crescimento da agropecuária foi de 12,2% no período.
A agropecuária – setor que mais recebe incentivos financeiros públicos no país (vide o Plano Safra) – no 1ºo quadrimestre de 2024 gerou 55.605 novos empregos, enquanto a indústria, como um todo, gerou 190.477 postos de trabalho no país. No setor de Serviços, que corresponde a maior fatia do PIB (68,8%), o crescimento de 0,3% no trimestre foi impactado negativamente pelo fraco desempenho do comércio (0,3%) e pela retração nos serviços de transporte, armazenagem e correio (-0,6%).
As principais contribuições positivas vieram de informação e comunicação, que registrou um avanço de 3,0%, seguido por outras atividades de serviços (0,8%), atividades imobiliárias (0,8%) e administração pública, defesa, saúde, educação e seguridade social (0,6%).
Com os juros em níveis exorbitantes, a taxa de investimento no primeiro trimestre de 2025 ficou em 17,8%, mantendo-se baixa para um país que precisa retomar a reindustrialização e melhorar as condições de vida de sua população.
Pela ótica da demanda, o Consumo das Famílias cresceu 1,0% no primeiro trimestre de 2025. No mesmo período de 2024, o avanço havia sido de 2,3%. Portanto, houve uma desaceleração do indicador em relação ao ano anterior.
Esse mesmo movimento de desaceleração também foi observado nas despesas do governo, que saiu de 0,5% para 0,1%, na mesma base de comparação. Por sua vez, o indicador de Formação Bruta de Capital Fixo, que mede os investimentos em máquinas, equipamentos e construção civil, cresceu 3,1% entre janeiro e março deste ano, sendo abaixo do registrado no mesmo período do ano passado (alta de 4,1%). Um desempenho magnífico proporcionado pela alta da Selic, que, entre outros efeitos negativos, elevou os gastos do setor público com os juros da dívida pública, atingindo R$ 924 bilhões (7,71% do PIB) no acumulado em 12 meses.
Fonte: CONTRICOM