
Em menos de 13 dias, no dia 6 de outubro, mais de 155,9 milhões de brasileiros estão convocados a votar para escolher prefeitos, vice-prefeitos e 58,4 mil vereadores em 5.569 cidades do país. A corrida eleitoral se intensifica nas semanas que antecedem o pleito, com candidatos disputando cada voto, especialmente entre os indecisos. Para entender o perfil dos eleitores e dos concorrentes, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou um extenso banco de dados que revela informações cruciais sobre quem são esses brasileiros que irão às urnas e quem são os candidatos.
Perfil do eleitor brasileiro – Entre os eleitores, as mulheres são a maioria, representando 52% do total, enquanto os homens correspondem a 48%. A faixa etária predominante entre as mulheres é de 40 a 44 anos, com 8,3 milhões de eleitoras, seguida por aquelas entre 35 e 39 anos. Já entre os homens, o maior grupo está entre 25 e 29 anos, somando 7,7 milhões de votantes.
A diversidade racial também é evidente: 53,57% dos eleitores se identificam como pardos, 33,34% como brancos e 11,39% como pretos. Indígenas e amarelos juntos somam menos de 2% do total. Além disso, 724,3 mil adolescentes de 16 anos irão votar pela primeira vez, e 213,8 mil eleitores têm 100 anos ou mais.
O grau de instrução dos eleitores também chama a atenção: a maioria (27,04%) completou o ensino médio, enquanto 22,48% não concluíram o ensino fundamental. Já 10,75% possuem ensino superior completo. Além disso, o número de eleitores com algum tipo de deficiência aumentou drasticamente nos últimos anos, chegando a 1,4 milhão em 2024, um crescimento de 497,79% em relação a 2012.
Quem são os candidatos? – Embora o eleitorado seja majoritariamente feminino e pardo, o mesmo não se reflete entre os candidatos. A maior parte dos postulantes é composta por homens brancos, com idades entre 45 e 49 anos. Dos 463,3 mil candidatos registrados — o número mais baixo desde 2008 —, 66% são homens e 46,83% se declaram brancos, enquanto as mulheres representam apenas 34% das candidaturas, revelando um descompasso na representatividade de gênero.
Em termos de escolaridade, 38,98% dos candidatos possuem ensino médio completo, e 28,28% têm curso superior. No quesito ocupação, empresários (7,63%), servidores públicos (6,83%) e agricultores (6,77%) lideram. Outro dado que chama atenção é a queda de 24,45% no número de candidatos com deficiência, passando de 6.657 em 2020 para 5.029 em 2024. A maior parte desses candidatos declara ter deficiência física (55,04%), seguida de deficiência visual (25,53%) e auditiva (8,69%).
Diversidade – Apesar de ser uma eleição com menos candidatos, a diversidade de orientações sexuais entre os candidatos se destaca. Um pequeno, mas significativo número de postulantes se identifica como gays (0,73%), lésbicas (0,45%) e bissexuais (0,32%). Por outro lado, o número de candidatos que usam nome social permanece baixo: apenas 348 se inscreveram desta forma, o que contrasta com os 41.537 eleitores que também utilizam nome social nas urnas.
Competição nas urnas – Os maiores colégios eleitorais do Brasil continuam concentrados nos estados de São Paulo (34,4 milhões), Minas Gerais (16,4 milhões) e Rio de Janeiro (13 milhões), que juntos representam quase 41% do eleitorado. Já os menores estão na Região Norte: Roraima, Amapá e Acre têm menos de 600 mil eleitores cada. Na outra ponta, a cidade de Borá (SP) é a que possui o menor número de eleitores, com apenas 1.094 votantes.
A disputa mais acirrada ocorre nas câmaras municipais, onde 93,22% dos candidatos concorrem a uma vaga de vereador. Em Queimados (RJ), por exemplo, são 373 candidatos para apenas 17 cadeiras — uma média de 21,9 candidatos por vaga. Nas capitais, Belo Horizonte lidera com 21,3 candidatos disputando cada cadeira no legislativo municipal.
Quando o assunto é a corrida para as prefeituras, a média nacional é de 2,8 candidatos por vaga. Cidades como Ubatuba (SP) e Araucária (PR) se destacam com 11 candidatos por vaga. Em contrapartida, 212 cidades brasileiras têm apenas um candidato ao cargo de prefeito.
As estatísticas do TSE mostram um cenário complexo e diversificado, mas a real identificação entre eleitores e candidatos só será verificada na hora do voto. Essas informações oferecem um panorama que pode revelar possíveis contradições ou convergências entre quem vota e quem é eleito.
Fonte: Vermelho