
Salvador, que é presidente STICOMBE Brasília, representou, na ocasião, a CONTRICOM, quando também se somou aos presentes na defesa de uma política de desenvolvimento com geração de empregos seguros e decentes, contra os juros altos e o rentismo, bem como no fortalecimento do trabalho e dos sindicatos laborais na busca de um equilíbrio maior na relação com os representantes do capital.
Participaram da atividade, em que foi lançado o livro PRODUÇÃO versus RENTISMO – trabalhadores e empresários pela reindustrialização do Brasil, do economista e jornalista Carlos Pereira, do Jornal Hora do Povo, parlamentares, dirigentes sindicais e economistas.
PARTICIPAÇÃO DE SALVADOR
“O Brasil tem hoje uma das maiores taxas de juros do mundo! Você vai para uma mesa de negociação — acabei de sair dali para fechar uma convenção coletiva que representa uma canetada de 200 milhões, mais ou menos, na economia do Distrito Federal — e a gente sai da mesa, já há alguns anos, com a sensação de que perdeu. Olha que horroroso isso!
O capital, o rentismo, está tão forte que até nisso nos tira o poder de mobilização. E tudo isso é fruto das políticas econômicas que vêm sendo implementadas no país, ano após ano. Especialmente a partir de 2015, com a queda do governo Dilma, os governos que vieram depois impuseram reformas que aprofundaram ainda mais o desequilíbrio entre capital e trabalho.
Esses dias eu estava conversando com um companheiro, e falei para ele: ‘Companheiro, abriu uma vaga de trabalho lá no local tal, salário tal, justamente na sua função’. E ele respondeu: ‘Não, meu irmão, agora eu sou Uber. Eu prefiro ficar de Uber, porque é melhor do que estar com carteira assinada’. Olha o ponto a que chegamos!
Isso tudo que está acontecendo — essa pejotização, essa uberização — é reflexo direto de uma política econômica que favorece o capital especulativo. O Banco Central, com essa taxa de juros altíssima, inviabiliza qualquer investimento produtivo. Só vale a pena aplicar no mercado financeiro. Isso destrói empregos com direitos, empurra milhões para a informalidade e corrói as possibilidades de uma reindustrialização séria no país. E quem sofre somos nós, trabalhadores, que estamos no meio disso tudo, tentando resistir.”
Fonte: Comunicação CONTRICOM