
De acordo com dados do IBGE, 57% da população brasileira é negra. Ou seja, a maioria se declara como negra ou parda. O estudo aponta ainda que os negros também são maioria entre os trabalhadores, somando 55% dos ocupados. Os dados foram apresentados por ocasião da data comemorativa ao Dia da Consciência Negra, 20 de novembro.
O Dieese destaca que nos últimos dois anos, com a relativa estabilidade política, o crescimento econômico do País teve continuidade. Este crescimento trouxe reflexos positivos sobre o mercado de trabalho, entre os quais, a queda na taxa de desemprego, o crescimento do emprego formal e a expansão dos rendimentos e da massa salarial.
O Dieese ressalta ainda que em 2024, 86% das negociações coletivas resultaram em reajustes acima da inflação, com ganho médio de 1,49% nos salários negociados. As melhores condições do mercado de trabalho, no entanto, não foram suficientes para reduzir a desigualdade racial de renda no Brasil.
No Boletim, é possível observar os principais desafios enfrentados pela população negra no mundo do trabalho. Os dados analisados pelo Dieese são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PnadC), do IBGE, e referem-se ao 2º trimestre de 2024.
DESTAQUES DO ESTUDO:
– O rendimento médio dos negros é 40% inferior ao dos não negros;
– Os negros com ensino superior ganham 32% a menos que os demais;
– Trabalhadores com o mesmo nível de ensino, diferença que pouco se alterou com a Lei de Cotas;
– Os negros recebem, em média, R$ 899 mil menos que os não negros ao longo da vida laboral. Entre os formados, o valor chega a R$ 1,1 milhão;
– Um em cada 48 homens negros ocupados está em um cargo de liderança, enquanto entre os não negros, a proporção é de um para cada 18 trabalhadores;
– Nas 10 profissões mais bem pagas, os negros representam 27% dos ocupados, mas são 70% dos trabalhadores nas 10 ocupações com os menores rendimentos;
– Uma em cada seis mulheres negras trabalha como empregada doméstica. O rendimento médio das domésticas sem carteira é R$ 461 a menos que o salário mínimo.
Conheça a íntegra do estudo na página do Dieese.
Fonte: CONTRICOM